Em termos formais, “Stan Lee: Mutantes, monstros e
quadrinhos” (2002) é um documentário que não traz ousadias formais, obedecendo
a uma estrutura convencional na sua estrutura narrativa de ficar centrado nos
depoimentos do veterano roteirista de quadrinhos. Mas a verdade é que o público
desse filme não o verá na expectativa de assistir a experiências estéticas ou
afins – o que se quer mesmo é ver o velho Stan falar. E dentro desse objetivo,
a produção mais do que cumpre seus objetivos. Stan Lee mistura didatismo, bom
humor e paixão ao dissecar tanto sua trajetória profissional como a gênese e o
desenvolvimento de suas principais criações (Homem-Aranha, Quarteto Fantástico,
Homem de Ferro, Thor, Hulk, X-Men, entre outros). Ele sabe muito bem do
potencial de tais personagens e explicita as razões do seu sucesso – por mais
poderosos que tais super-heróis possam ser, no seu âmago eles sempre trarão
alguma espécie de fragilidade que os torna tão humanos a ponto de criarem uma
forte identificação com o público leitor. Além disso, o filme consegue oferecer
uma visão bastante realista do impacto mercadológico e cultural que o universo
concebido por Stan Lee causou no mundo dos quadrinhos. O diretor Scott Zakarin
também acerta ao escolher como entrevistador de seu protagonista
o cineasta Kevin Smith, um emérito fissurado por HQs e que consegue extrair de
seu entrevistado uma série de informações fascinantes. Ou seja, para os
apreciadores de “comics” e cultura popular em geral, “Stan Lee: Mutantes,
monstros e quadrinhos” acaba se configurando como um programa obrigatório.
Os fãs de HQ, não importa de qual gênero, ficaram de luto quando o velhinho Stan ir dessa para melhor, pois cá para nos, foi ele que deu mais humanidade nas tramas de super heróis.
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