Sou de uma geração que era acostumada a ver com freqüência filmes
de horror no cinema. E um dos principais motivos para que isso ocorresse era o
fato de que a oferta era grande e variada: produções classe A dos grandes estúdios,
filmes B, algumas obras muito boas, outras tranqueiras divertidas, alguns com
muito sangue e tripas, outros apostando no suspense sutil. Era um universo bem
diversificado. Na atualidade, dá para contar nos dedos quantas produções de
horror são lançadas ao ano nos nossos cinemas. E quando aparece algo no gênero,
costuma ser asséptico e acessível para os gostos sensíveis dos frequentadores de
multiplex. E se a trama do filme trata sobre fantasmas, pode escrever que eles
vão ser retratados, mais para o final, como espíritos mal compreendidos, que
foram injustiçados e que merecem ser ajudados (afinal, temos de ser
politicamente corretos até com os fantasmas). “Mama” (2013) é exemplo
expressivo dessa presente situação do terror cinematográfico. Visualmente,
emula uma estética típica das produções orientais, aquela consagrada por “O
chamado” (1998) e afins – menina ou mulher fantasma, de visual cabeludo e
molhado, que teve morte trágica e que se dedica a atormentar e matar incautos. Dentro
desse padrão, “Mama” se desenvolve de forma mecânica e sem espaço para algum
respiro criativo. A condução da direção de Andres Muschietti é tão piloto-automático
que em nenhum momento dá para dizer que se trate de uma obra efetivamente
assustadora. Mas talvez seja isso que boa parte da platéia contemporânea
espera...
Boa parte de amigos e conhecidos costuma dizer que as minhas recomendações para filmes funcionam ao contrário: quando eu digo que o filme é bom é porque na realidade ele é uma bomba, e vice-versa. Aí a explicação para o nome do blog... A minha intenção nesse espaço é falar sobre qualquer tipo de filme: bons e ruins, novos ou antigos, blockbusters ou obscuridades. Cotações: 0 a 4 estrelas.
Um comentário:
Mas o filme tem os seus bons momentos, pois se a intenção é assustar, conseguiu numa sessão ontem em que todos pularam da cadeira. Tirando uns furos grotescos no inicio e um efeito primario na criação da Mama no ato final, o filme cumpre o que promete.
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