Até dá para dizer que para o diretor Matheus Souza houve
alguma melhora em relação ao pífio debut “Apenas o fim” (2008). Mesmo assim, “Eu
não faço a menor idéia do que eu tô fazendo com a minha vida” (2011) está bem
longe de ser uma experiência cinematográfica satisfatória. É aquela manjada
combinação que a atual geração indie tanto gosta: tosquidão formal, citações e
referências pop “espertas” e pretensos questionamentos existenciais sobre a sociedade.
É mais ou menos como a tradução para um filme de uma canção da Malu Magalhães.
Até mesmo a protagonista do filme, Clarice
Falcão, se notabilizou como uma espécie de
versão mais pop da Malu Magalhães... Mas voltando à produção em questão, a estética
amadora (intencional ou não) pelo menos podia servir como desculpa para embalar
um roteiro mais consistente, mas o texto do filme acaba sendo tão nas coxas
quanto a edição e a fotografia. A trama levanta algum traço de contestação e
ironia por vezes. No final das contas, entretanto, esbarra numa
superficialidade irritante, além de uma tendência excessiva em caricaturizar
todos os personagens. Assim, aquilo que era para soar dramático e contundente
acaba perdendo muito de seu impacto, principalmente na seqüência em que Clara
(Clarice Falcão) confronta o seu pai com os seus desejos e frustrações – pode-se
até perceber ali vestígios de força e autenticidade que são soterrados pela
pretensão blasé da obra.
Apenas o fim eu achei um filme bem superior
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