O Liberdade é um bar de Pelotas.
Ao meio-dia, diariamente serve almoços. São em algumas noites na semana,
entretanto, que se concentram os motivos para que o estabelecimento se
estabeleça como uma das principais referências culturais da cidade. Nessas
ocasiões, veteranos músicos do chorinho se dedicam a tocar clássicos do gênero,
com especial atenção para composições de Avendano Junior, recentemente falecido
e que era um dos artistas que mais comparecia a essas sessões musicais. “O
liberdade” (2012), o filme, é um documentário a registrar a trajetória do bar e
também de alguns dos músicos que lá tocam (inclusive o próprio Avendano
Junior), além de colher impressões de alguns dos freqüentadores do local. A
obra dirigida por Cíntia Lange e Rafael Andreazza foge de ser um trabalho didático
ou institucional. Seu fim é muito mais representar uma espécie de documento
sensorial daquele ambiente, elaborando uma concepção formal que se revela em
perfeita sintonia com as melodias e harmonias que afloram da tela. Assim, elegantes
enquadramentos e uma edição sóbria configuram uma olhar admirado, às vezes
quase solene, pela arte de seus protagonistas,
a um ponto que o espectador se inebrie com a beleza daquela música e fique
intrigado pelo fato de que canções e músicos de qualidade tão excepcional terem
um reconhecimento apenas regional. Após os créditos finais, é provável que esse
espectador tenha o mesmo anseio do autor desse texto: onde posso conseguir o CD
da trilha??
Boa parte de amigos e conhecidos costuma dizer que as minhas recomendações para filmes funcionam ao contrário: quando eu digo que o filme é bom é porque na realidade ele é uma bomba, e vice-versa. Aí a explicação para o nome do blog... A minha intenção nesse espaço é falar sobre qualquer tipo de filme: bons e ruins, novos ou antigos, blockbusters ou obscuridades. Cotações: 0 a 4 estrelas.
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