Operando dentro de um subgênero perigoso, o dos melodramas
com “lições de vida”, a produção francesa “Intocáveis” (2012) acaba
surpreendendo por detalhes significativos. Mesmo com um roteiro previsível, os
diretores Eric Toledano e Olivier Nakache fazem a diferença ao comporem uma
dinâmica encenação (a perseguição automobilística da abertura do filme, por
exemplo, é primorosa) e também por elaborarem uma narrativa permeada de bom
humor. Além disso, a trama consegue inserir de forma bastante orgânica dentro
de seu mote principal uma das questões mais prementes da Europa moderna que é a
incorporação dos imigrantes na sociedade ocidental, fazendo com que o filme
seja um interessante reflexo do espírito de uma época. Há também em “Intocáveis”
uma certa atmosfera hedonista, tanto por algumas situações do roteiro em que os
protagonistas Philippe (François Cluzet) e Driss
(Omar Sy) se dedicam à sedução como pela vibrante trilha sonora recheada de
clássicos da black music (impossível não fazer uma conexão com a blackexploitation, principalmente pelas canções do Earth, Wind & Fire), fazendo com que a obra não caia em excessos
sentimentais.
Boa parte de amigos e conhecidos costuma dizer que as minhas recomendações para filmes funcionam ao contrário: quando eu digo que o filme é bom é porque na realidade ele é uma bomba, e vice-versa. Aí a explicação para o nome do blog... A minha intenção nesse espaço é falar sobre qualquer tipo de filme: bons e ruins, novos ou antigos, blockbusters ou obscuridades. Cotações: 0 a 4 estrelas.
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