A ideia inicial é boa: uma comédia que tira um sarro do
processo eleitoral norte-americano, tendo Will Ferrell como um dos protagonistas.
O resultado final de “Os candidatos” (2012), entretanto, fica aquém das
expectativas promissoras. É claro que dá para sentir nos preceitos da trama e
em algumas sequências do filme uma visão crítica e irônica das hipocrisias típicas
da sociedade norte-americana (e ocidental por consequência). O problema é que o
diretor Jay Roach acaba sendo uma escolha muito comportada para encarar essa
empreitada. A obra exigia uma pegada mais alucinada e ácida. Até que em alguns poucos
momentos o tom do grotesco absurdo prevalece, principalmente quando Ferrell está
em cena (a cena que ele desfere um murro num bebê é uma pérola do humor
politicamente incorreto), mas no geral é dominante uma narrativa esquemática e
genérica. Além disso, ter Zach Galifianakis como o antagonista de Ferrell não
ajuda muito as coisas – sua habitual afetação consegue ser mais irritante do
que engraçada.
Boa parte de amigos e conhecidos costuma dizer que as minhas recomendações para filmes funcionam ao contrário: quando eu digo que o filme é bom é porque na realidade ele é uma bomba, e vice-versa. Aí a explicação para o nome do blog... A minha intenção nesse espaço é falar sobre qualquer tipo de filme: bons e ruins, novos ou antigos, blockbusters ou obscuridades. Cotações: 0 a 4 estrelas.
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