A maior virtude de “A coleção invisível” (2012) é a
sobriedade da sua concepção e realização. Lidando com temas espinhosos como a
morte e a velhice, o filme do diretor Bernard Attal evita exageros
sentimentais. Há uma certa elegância na sua encenação e a fotografia e a edição
são competentes. De se destacar ainda as boas atuações do elenco, com destaque para
a surpreendente interpretação de Vladimir Britcha como protagonista.
Apesar de tais virtudes, a produção é frustrante pela frouxidão de sua
narrativa. A coerência formal e temática da obra acaba sendo uma camisa de
força criativa – por vezes, tudo soa muito artificial e esquemático demais,
como se pudéssemos enxergar todos os mecanismos estéticos do filme. Mesmo a sua
linguagem de simbologias que configura “A coleção invisível” como se fosse uma
fábula moral parece funcionar de forma acadêmica em demasia. Faltou maior
contundência e ousadia na abordagem de Attal, o que torna a produção um melancólico
canto do cisne para Walmor Chagas.
Boa parte de amigos e conhecidos costuma dizer que as minhas recomendações para filmes funcionam ao contrário: quando eu digo que o filme é bom é porque na realidade ele é uma bomba, e vice-versa. Aí a explicação para o nome do blog... A minha intenção nesse espaço é falar sobre qualquer tipo de filme: bons e ruins, novos ou antigos, blockbusters ou obscuridades. Cotações: 0 a 4 estrelas.
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