Retratar a floresta amazônica como um personagem próprio e
também como uma espécie de impenetrável inferno verde não é das tarefas mais
fáceis. Boa parte dos cineastas que tentou essa abordagem acabou se dando mal.
Hector Babenco conseguiu um resultado memorável dentro desse intento artístico
no extraordinário “Brincando nos campos do senhor” (1991). “A floresta de
Jonathas” (2012) até mostra algumas concepções interessantes, assim como
algumas sequências expressivas em termos imagético e de atmosfera. O diretor
Sergio Andrade procurou criar uma narrativa rarefeita, com encenação e edição
remetendo a um tom mais reflexivo, além de roteiro trazer uma forte carga de
simbologias em seus desdobramentos. A direção fotografia conseguiu em algumas
cenas captar com sensibilidade a beleza entre o assustador e o deslumbrante dos
cenários verdejantes do interior da Amazônia. Se nesses detalhes estéticos a
produção de Andrade consegue mostrar lampejos de criatividade, por outro lado
falta para o cineasta uma condução narrativa mais rigorosa e capaz de envolver
o espectador com mais constância, coisa que, por exemplo, o referido trabalho
dirigido por Babenco tinha de sobra.
Boa parte de amigos e conhecidos costuma dizer que as minhas recomendações para filmes funcionam ao contrário: quando eu digo que o filme é bom é porque na realidade ele é uma bomba, e vice-versa. Aí a explicação para o nome do blog... A minha intenção nesse espaço é falar sobre qualquer tipo de filme: bons e ruins, novos ou antigos, blockbusters ou obscuridades. Cotações: 0 a 4 estrelas.
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