A influência que talvez mais salte aos olhos ao se assistir
a “O plano de Maggie” (2015) seria a filmografia de Woody Allen. A diretora
norte-americana Rebecca Miller evoca algumas referências tanto do estilo de
filmar quanto na concepção de roteiro típicos do estilo de Allen. Estão lá a
concepção formal que por vezes emula uma espécie de documentário caseiro, o
senso de humor que sintetiza leveza e amargura, a trama repleta de situações
entre o inusitado e o embaraçoso, além de personagens confusos em termos
sentimentais e existenciais. O resultado final, contudo, está longe do mero
pastiche. Os truques dramáticos e cômicos da história são eficientes em suas
cirandas amorosas e quiproquós familiares, além de condensarem com alguma
crueza alguns dos principais dilemas e contradições de uma certa classe média
intelectual contemporânea. A encenação proposta por Miller tem naturalidade e
apresenta nuances que procuram fugir das soluções fáceis, tendência essa que é
reforçada pela trinca principal do elenco em interpretações que trazem
complexidade e ironia nas doses certas.
Boa parte de amigos e conhecidos costuma dizer que as minhas recomendações para filmes funcionam ao contrário: quando eu digo que o filme é bom é porque na realidade ele é uma bomba, e vice-versa. Aí a explicação para o nome do blog... A minha intenção nesse espaço é falar sobre qualquer tipo de filme: bons e ruins, novos ou antigos, blockbusters ou obscuridades. Cotações: 0 a 4 estrelas.
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