Uma produção portuguesa de baixo orçamento envolvendo zumbis
e uma sociedade pós-apocalipse? É claro que uma obra assim só poderia ser
encarada como comédia. E o diretor Fernando Alle tem a plena consciência disso
na realização de “Mutant Blast” (2018), fazendo de suas limitações de recursos
e de uma sagaz criatividade formal/artesanal seus principais trunfos para
realizar um longa divertido tanto em termos de ação quanto de ironia ácida. E o
próprio fato dos atores falarem seus diálogos repleto de clichês do gênero com
um sotaque lusitano dá um charme cômico para tudo isso ainda maior. É claro que
nem sempre o tom debochado/esculachado do filme consegue garantir o equilíbrio
narrativo, mas a série considerável de boas sacadas estéticas e textuais segura
o interesse do espectador – nesse sentido, é de se destacar a atuação bonachona
de Pedro Barão Dias no papel principal e a caracterização física-existencial de
um refinado homem-lagosta!
Boa parte de amigos e conhecidos costuma dizer que as minhas recomendações para filmes funcionam ao contrário: quando eu digo que o filme é bom é porque na realidade ele é uma bomba, e vice-versa. Aí a explicação para o nome do blog... A minha intenção nesse espaço é falar sobre qualquer tipo de filme: bons e ruins, novos ou antigos, blockbusters ou obscuridades. Cotações: 0 a 4 estrelas.
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