Ao mesmo tempo que o cinema japonês sempre apresentou uma forte tendência para obras épicas, vide os filmes de samurais de Akira Kurosawa, havia um lado nessa cinematografia que totalmente oposta que eram os filmes de temática intimista e familiar. Nesse campo, o mestre insuperável foi Yasujiro Ozu, mas também havia outros cineastas que enveredavam para esse lado e fizeram filmes marcantes. Um deles foi Mikio Naruse, que em 1951 lançou uma pequena pérola cinematografia japonesa chamada “Vida de Casado”, filme esse que abordava com uma lucidez impressionante um casamento que se desintegra ao poucos devido aos comodismos da rotina. O estilo de filmar de Naruse não é nenhum pouco apoteótico, sendo que a força de seu filme está justamente na sutileza e na calma plácida com que a trama vai de desenvolvendo. Não são oferecidas soluções fáceis, com o filme se tornando aos poucos cada vez mais contundente no seu exame da relação entre marido e mulher. No mundo de Naruse, não existe espaço para o amor romântico redentor, e sim para uma visão mais franca das relações humanas.
Boa parte de amigos e conhecidos costuma dizer que as minhas recomendações para filmes funcionam ao contrário: quando eu digo que o filme é bom é porque na realidade ele é uma bomba, e vice-versa. Aí a explicação para o nome do blog... A minha intenção nesse espaço é falar sobre qualquer tipo de filme: bons e ruins, novos ou antigos, blockbusters ou obscuridades. Cotações: 0 a 4 estrelas.
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