Depurando ainda mais a peculiar linguagem cinematográfica de “O Pássaro de Plumas de Cristal” (1969), o cineasta italiano Dario Argento faz de “O Gato de Nove Caudas” (1971) um dos exemplares mais clássicos do gênero Giallo. Com uma rocambolesca e confusa trama envolvendo um psicopata assassino, o que o Argento faz é uma requintada e exagerada demonstração do seu virtuosismo plástico. Esqueça a lógica e a verossimilhança: o que temos aqui é um belíssimo exercício de fotografia e cenografia fortemente estilizadas, aliado a uma montagem influenciada pelo melhor da obra de Alfred Hitchcock. E falando no velho mestre inglês do suspense, o que me vem mente assistindo a “O Gato de Nove Caudas” é o pensamento de Argento como muito mais que um mero reciclador dos preceitos hitchcockianos. O cara é uma espécie de Hitchcock ainda mais barroco e hardcore, livre das amarras moralistas dos estúdios de Hollywood.
Boa parte de amigos e conhecidos costuma dizer que as minhas recomendações para filmes funcionam ao contrário: quando eu digo que o filme é bom é porque na realidade ele é uma bomba, e vice-versa. Aí a explicação para o nome do blog... A minha intenção nesse espaço é falar sobre qualquer tipo de filme: bons e ruins, novos ou antigos, blockbusters ou obscuridades. Cotações: 0 a 4 estrelas.
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