Mesmo sem maiores arroubos criativos formais e nem tendo
alguma seqüência particularmente memorável, a produção argentina “A velha dos
fundos” (2011) acaba causando certo interesse pela sua ambientação sóbria e
seca, expondo temas do quotidiano como a solidão e as dificuldades financeiras
sem soluções fáceis. O registro delineado pelo diretor Pablo Meza valoriza silêncios,
enfatiza a dramaticidade através de pequenos gestos e utiliza quase sempre
planos fixos, compondo uma narrativa de viés realista que se sintoniza com o
tom melancólico da trama. Por mais que o filme possa ser monótono em alguns
momentos, tal direcionamento se mostra coerente com a sua proposta temática.
Eventualmente, “A velha dos fundos” atinge alguns picos emocionais ao ressaltar
as desilusões de seus personagens principais ao se defrontarem com as durezas e
impossibilidades de suas rotinas, sem que necessariamente caia em tragédias
exageradas.
Boa parte de amigos e conhecidos costuma dizer que as minhas recomendações para filmes funcionam ao contrário: quando eu digo que o filme é bom é porque na realidade ele é uma bomba, e vice-versa. Aí a explicação para o nome do blog... A minha intenção nesse espaço é falar sobre qualquer tipo de filme: bons e ruins, novos ou antigos, blockbusters ou obscuridades. Cotações: 0 a 4 estrelas.
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