Num primeiro momento, um filme como “O último mundo dos
canibais” (1980) pode suscitar comparações com a obra de Werner Herzog. Afinal,
o diretor alemão se notabilizou pelo seu registro particular da natureza
selvagem. Tal semelhança, entretanto, vem apenas pela temática. O diretor
italiano Ruggero Deodato não envereda pela abordagem reflexiva do referido
cineasta germânico. O negócio de Deodato é uma ótica tipicamente exploitation,
assim como seu falso documentário “Canibal holocausto” (1980). No filme, não há
interesse por uma visão antropológica dos tais canibais. Para Deodato, eles são
apenas selvagens e nojentos vilões, e o diretor gosta de enfatizar bastante
isso, abusando de cenas de violência e com muitas vísceras à mostra. Por mais
apelativa que possa aparentar tal abordagem, é inegável que ela funciona para a
produção, gerando momentos memoráveis de tensão e de violência explícita gráfica.
O cenário das selvas se converte num ambiente de filme de horror e Deodato é hábil
na caracterização de uma atmosfera opressiva para as vítimas dos canibais. Assim,
dá para dizer que “O último mundo dos canibais” é um biscoito fino para os
apreciadores de uma podreira cinematográfica bem dirigida.
Boa parte de amigos e conhecidos costuma dizer que as minhas recomendações para filmes funcionam ao contrário: quando eu digo que o filme é bom é porque na realidade ele é uma bomba, e vice-versa. Aí a explicação para o nome do blog... A minha intenção nesse espaço é falar sobre qualquer tipo de filme: bons e ruins, novos ou antigos, blockbusters ou obscuridades. Cotações: 0 a 4 estrelas.
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Um comentário:
Holocausto Canibal é ainda insuperável em termos de deixar o nosso estomago do avesso.
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