O culto por parte de alas da crítica e do público em relação
ao cinema argentino contemporâneo merecia até um estudo. Afinal, os filmes dos
hermanos são frequentemente citados como exemplos a serem seguidos em termos de
produção latina. Depois que o superestimado “O segredo dos seus olhos” (2009) ganhou
o Oscar de melhor filme estrangeiro, tal admiração cresceu mais ainda. O que
ocorre na realidade é que o cinema argentino prima por uma certa organização: a
infraestrutura de produção é razoável, os roteiros têm certa fluidez, há diversidade
de gêneros cinematográficos. Mas se há um padrão de qualidade nesse lado “logístico”,
em termos criativos as coisas se complicam, pois a maioria dos filmes
argentinos atuais prima pelo excessivo convencionalismo. “Tese sobre um homicídio”
(2013) é exemplo perfeito dessa condição. A narrativa não tem maiores
sobressaltos, fotografia e edição são competentes e no elenco prevalece o inegável
carisma de Ricardo Darín. Só que o filme soa mecânico demais – dá para ver com
clareza a estrutura de uma obra de “bom gosto”, mas que beira o insípido. O
espectador até se envolve em determinados momentos, mas fica também com aquela
incômoda sensação de já viu tudo aquilo antes de forma bem mais impactante em
outras obras.
Boa parte de amigos e conhecidos costuma dizer que as minhas recomendações para filmes funcionam ao contrário: quando eu digo que o filme é bom é porque na realidade ele é uma bomba, e vice-versa. Aí a explicação para o nome do blog... A minha intenção nesse espaço é falar sobre qualquer tipo de filme: bons e ruins, novos ou antigos, blockbusters ou obscuridades. Cotações: 0 a 4 estrelas.
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