A presença do cantor Jorge Drexler no papel de protagonista
em “A sorte em suas mãos” (2012) não é gratuita. Sua atuação entre o aéreo e o
inexpressivo encaixa bem com o personagem Uriel, um contumaz jogador de pôquer
que estende o blefe e a mentira, artifícios naturais do jogo, para a sua vida e
acaba tendo por isso dificuldades em seus relacionamentos pessoais. Tal
premissa é bastante interessante, no sentido da possibilidade de manter uma
constante atmosfera de ambigüidade. Ocorre que o problema do filme é que o
diretor Daniel Burman se envereda por caminhos mais comportados. O tratamento
que dá para a narrativa é a de uma típica comédia romântica, o que tira muito
do inicial gume cortante da trama. Assim, a produção é até agradável por alguns
momentos engraçados, mas no geral prevalece uma insipidez criativa, daquelas
que tornam o filme fácil de ver e ainda mais fácil de esquecer.
Boa parte de amigos e conhecidos costuma dizer que as minhas recomendações para filmes funcionam ao contrário: quando eu digo que o filme é bom é porque na realidade ele é uma bomba, e vice-versa. Aí a explicação para o nome do blog... A minha intenção nesse espaço é falar sobre qualquer tipo de filme: bons e ruins, novos ou antigos, blockbusters ou obscuridades. Cotações: 0 a 4 estrelas.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Ou seja, não vou nem perder tempo em lembrar de assistir.
Postar um comentário