Nos seus filmes anteriores, principalmente naquele que é
considerado o seu melhor trabalho, “A lula e a baleia” (2005), o estilo do
diretor Noah Baumbach era marcado por um naturalismo objetivo. Em sua obra mais
recente, “Frances Ha” (2012), entretanto, o cineasta resolveu dar uma variada. Por
mais que a temática de tal produção seja contemporânea, há uma atmosfera no
filme fortemente retrô. A estética elaborada por Baumbach remete aos primeiros
filmes da Nouvelle Vague: tudo parece mais livre, solto, quase como se o
roteiro estivesse sendo escrito de acordo com a evolução da trama, a partir de
lembranças, citações, referências. A trilha sonora acentua o tom de farsa – a trajetória
da personagem-título é marcada por momentos dramáticos, até mesmo depressivos,
mas o tratamento oferecido por Baumbach faz tudo parece uma comédia meio
amalucada (ainda que por vezes amarga). É claro que a influência francófila
pode dar uma impressão de deja vu, mas a estrutura narrativa menos rígida dá um
certo frescor à obra, ainda mais se comparada com a anemia criativa da maioria
do que se faz no gênero atualmente no cinema norte-americano.
Boa parte de amigos e conhecidos costuma dizer que as minhas recomendações para filmes funcionam ao contrário: quando eu digo que o filme é bom é porque na realidade ele é uma bomba, e vice-versa. Aí a explicação para o nome do blog... A minha intenção nesse espaço é falar sobre qualquer tipo de filme: bons e ruins, novos ou antigos, blockbusters ou obscuridades. Cotações: 0 a 4 estrelas.
Um comentário:
Um dos melhores filmes do ano.
Postar um comentário