Assim como há os “filmes paisagem”, aqueles em que os
diretores adoram fazer enquadramentos mostrando as belas localidades onde a
trama se desenvolve (e que poderiam até funcionar como excelente peça
promocional de imobiliárias), há também aquelas produções que podem se
enquadrar no gênero “filmes gourmet”. Seriam aquelas que por vários momentos
enfatizam pratos apetitosos sendo elaborados e servidos (poderiam também ser
utilizados como material de marketing, nesse caso por restaurantes). É claro
que há exceções em que obras se utilizando desse expediente podem revelar
expressivas inquietações artísticas, como “A festa de Babette” (1987) ou “Ratatouille”
(2007), mas no geral os tais “filmes gourmet” mais revelam a propensão para a
assepsia formal do que para alguma improvável ousadia. E é nesse caso que “Os
sabores do palácio” (2012) se enquadra. É claro que os tais pratos parecem
deliciosos, há alguns momentos engraçados e o elenco tem certo carisma. O
filme, contudo, foge pouco dessa previsibilidade e bom-mocismo. Mesmo o comentário
político do seu subtexto é superficial e pouco desafiador. Ou seja, tudo fácil
de ver e de esquecer, ainda que possa dar vontade de ir a algum restaurante...
Boa parte de amigos e conhecidos costuma dizer que as minhas recomendações para filmes funcionam ao contrário: quando eu digo que o filme é bom é porque na realidade ele é uma bomba, e vice-versa. Aí a explicação para o nome do blog... A minha intenção nesse espaço é falar sobre qualquer tipo de filme: bons e ruins, novos ou antigos, blockbusters ou obscuridades. Cotações: 0 a 4 estrelas.
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Um comentário:
Uma boa pedida.
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