Enquadrado no gênero das comédias românticas, “Mato sem
cachorro” (2013) por vezes envereda pelos equívocos comuns de tal tipo de
filme. Por outro lado, é inegável que a produção traz uma tensão criativa
ausente na grande maioria das obras cômicas brasileiras que tem aparecido nos
cinemas, principalmente naquelas oriundas da Globo Filmes (por sinal, o filme
em questão também tem essa origem). No meio dos quiproquós habituais, dá para
sentir um olhar um pouco mais agudo sobre os relacionamentos amorosos. Os
motivos que levam o casal Zoé (Leandra Leal) e Deco (Bruno Gagliasso) a se
separar são bem humanos e pertinentes aos nossos tempos. Afinal, fala-se muito
em comodismo, no desgaste natural do tempo, o que faz com que a obra ganhe uma
empatia maior. Além disso, em algumas cenas, o diretor Pedro Amorim consegue
integrar essa temática mais crua com a formatação cômica com alguma
naturalidade. Também colabora o elenco: Gagliasso e Gabriela Duarte fogem
daqueles registros insossos habituais da televisão e oferecem certa
visceralidade em seus papéis, enquanto Leandra Leal mostra que é capaz de dar
consistência e encanto para qualquer papel – sua presença cênica é simplesmente
magnética.
Boa parte de amigos e conhecidos costuma dizer que as minhas recomendações para filmes funcionam ao contrário: quando eu digo que o filme é bom é porque na realidade ele é uma bomba, e vice-versa. Aí a explicação para o nome do blog... A minha intenção nesse espaço é falar sobre qualquer tipo de filme: bons e ruins, novos ou antigos, blockbusters ou obscuridades. Cotações: 0 a 4 estrelas.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário