Existe um bom motivo para assistir a “Os belos dias” (2012):
a serena interpretação de Fanny Ardant. No papel da protagonista
Caroline, uma dentista aposentada de 60 anos que vive um caso adúltero com um
rapaz de trinta e poucos, ela consegue dar uma considerável gama de emoções à
personagem, variando entre elas de forma natural e sutil. Assim como Ardant
consegue passar uma tocante fragilidade em momentos de melancolia, há sequências
em que impressiona por uma tremenda sensualidade latente em pequenos gestos e
olhares. Tal interpretação maiúscula dá ao filme da diretora Marion Vernoux uma
dignidade artística que somente a sua formatação convencional não conseguiria
oferecer, transformando uma produção derivativa em uma experiência cinematográfica
com um certo apelo memorável.
Boa parte de amigos e conhecidos costuma dizer que as minhas recomendações para filmes funcionam ao contrário: quando eu digo que o filme é bom é porque na realidade ele é uma bomba, e vice-versa. Aí a explicação para o nome do blog... A minha intenção nesse espaço é falar sobre qualquer tipo de filme: bons e ruins, novos ou antigos, blockbusters ou obscuridades. Cotações: 0 a 4 estrelas.
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