Filmes que mostram a trajetória de um relacionamento amoroso
por um viés realista não representam propriamente uma novidade no panorama
cinematográfico contemporâneo. No caso de “Deixe a luz acesa” (2012), o que faz
com que o filme se sobressaia nessa linhagem é a concepção vigorosa de
narrativa do diretor Ira Sachs. Focando uma relação gay masculina, a produção não
é apenas dirigida a um público específico, apesar da condição de homossexuais
de seus protagonistas ter um peso determinante nos seus destinos. Sachs
consegue combinar na sua obra diferentes ambiências, indo de atmosferas sórdidas
até momentos bastante poéticos, mas também juntando em algumas cenas esses
lados obscuros e românticos. O registro do cineasta é de uma crueza intensa, não
se dobrando para facilidades sentimentais, sem que com isso o filme perca a sua
pungência. Pelo contrário: essa secura estética realça ainda mais o forte aspecto
emocional de “Deixe a luz acesa”, o que se evidencia também nas bem cuidadas
composições dramáticas dos dois atores que interpretam o casal de personagens
principais.
Boa parte de amigos e conhecidos costuma dizer que as minhas recomendações para filmes funcionam ao contrário: quando eu digo que o filme é bom é porque na realidade ele é uma bomba, e vice-versa. Aí a explicação para o nome do blog... A minha intenção nesse espaço é falar sobre qualquer tipo de filme: bons e ruins, novos ou antigos, blockbusters ou obscuridades. Cotações: 0 a 4 estrelas.
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Um comentário:
Boa dica
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