Para contar a história dos filmes que usaram (e usam) a nudez como seu principal atrativo, "That's sexploitation" (2013) contou com um diretor bastante adequado para tal temática, o norte-americano Frank Henenlotter, autor de notáveis podreiras oitentistas e capaz de perceber as nuances sacanas e históricas que o assunto poderia proporcionar. Henenlotter tem a sua disposição um vasto material de arquivo, com trechos de vários filmes de praticamente todas as décadas do século XX, além de contar com os depoimentos esclarecedores e engraçados de especialistas no gênero e até de produtores de algumas dessas obras. Henenlotter consegue estabelecer com clareza a evolução do "sexploitation" a partir dos diferentes contextos históricos em que o gênero se desenvolveu, fazendo com que o documentário sirva também como um interessante panorama da história do próprio cinema. A narrativa é convencional, por vezes enfadonha, mas o filme tem o seu encanto perverso e nostálgico ao retratar momentos da cinematografia mundial em que pudores estéticos e morais eram avacalhados de uma forma que oscilava entre o sardônico e o ingênuo, evidenciando também que nos cínicos e assépticos dias atuais produções na linha "sexploitation" teriam suas realizações inviabilizadas por não obederecem a um padrão de cinema sanitizado e de "bom gosto".
Boa parte de amigos e conhecidos costuma dizer que as minhas recomendações para filmes funcionam ao contrário: quando eu digo que o filme é bom é porque na realidade ele é uma bomba, e vice-versa. Aí a explicação para o nome do blog... A minha intenção nesse espaço é falar sobre qualquer tipo de filme: bons e ruins, novos ou antigos, blockbusters ou obscuridades. Cotações: 0 a 4 estrelas.
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