O diretor britânico Stephen Daldry até que causou uma boa
impressão com “Billy Elliot” (1999) e “As horas” (2001), seus filmes iniciais.
Ainda que bastante convencionais em termos formais, traziam vigor na encenação
e considerável consistência dramática. Já nas duas produções que sucederam, os
medíocres “O leitor” (2008) e “Tão forte e tão perto” (2011), as narrativas de
ritmo arrastado se desenvolviam como novelões de excessos sentimentais. E agora
em “Trash – A esperança vem do lixo” (2014) dá para dizer que Daldry chega a um
novo patamar na sua carreira – ele conseguiu fazer um filme francamente ruim
como poucos. A obra parece seguir a partir de uma indigesta mistura dirigida
com uma mão pesada e burocrata – uma combinação nada sutil e sem inspiração de “Quem
quer ser milionário?” (2008) e “Cidade de Deus” (2002) que se estrutura num
roteiro derivativo no gênero “caça ao tesouro” (lembra a horrorosa franquia “A
lenda do tesouro perdido”). O negócio se torna ainda pior quando se evidencia
uma trama de visão preconceituosa e estereotipada da realidade brasileira e
atores nativos deixando aflorar a canastrice com toda a intensidade. No cômputo
geral, de tão patético o filme até acaba se tornando engraçado!
Boa parte de amigos e conhecidos costuma dizer que as minhas recomendações para filmes funcionam ao contrário: quando eu digo que o filme é bom é porque na realidade ele é uma bomba, e vice-versa. Aí a explicação para o nome do blog... A minha intenção nesse espaço é falar sobre qualquer tipo de filme: bons e ruins, novos ou antigos, blockbusters ou obscuridades. Cotações: 0 a 4 estrelas.
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