Dá para perceber na filmografia do diretor norte-americano
Jason Reitman um certo padrão temático constante, em que ele se pretende como
uma espécie de cronista moderno dos dilemas existenciais da sociedade ocidental
contemporânea. Seus filmes versam sobre relações humanas frustradas (“Amor sem
escalas”), gravidez na adolescência (“Juno”), imaturidade emocional (“Jovens
adultos”). Ocorre, entretanto, que tais obras acabam não justificando a
pretensão do cineasta, pois se formatam dentro de equações narrativas
convencionais e pouco imaginativas, além de visões emocionais superficiais e
por vezes beirando o moralismo fácil. Tal tratamento artístico volta a se
manifestar de forma expressiva em “Homens, mulheres e filhos” (2014), obra em
que Reitman se propõe realizar um inventário de registro misto entre o intimista
e o social sobre as relações familiares em tempos de internet. Por mais que as
questões levantadas pelo roteiro sejam relevantes, falta profundidade para a
visão de mundo expressa pelo filme. Reitman se contenta em abusar de truques
narrativos e clichês melodramáticos baratos, não sabendo aprofundar seus
questionamentos com alguma sagacidade ou contundência. As situações
apresentadas pelo roteiro são esquemáticas, além da caracterização dos
personagens caírem em caricaturas patéticas (o personagem de Jennifer Garner,
em especial, beira o ridículo).
Boa parte de amigos e conhecidos costuma dizer que as minhas recomendações para filmes funcionam ao contrário: quando eu digo que o filme é bom é porque na realidade ele é uma bomba, e vice-versa. Aí a explicação para o nome do blog... A minha intenção nesse espaço é falar sobre qualquer tipo de filme: bons e ruins, novos ou antigos, blockbusters ou obscuridades. Cotações: 0 a 4 estrelas.
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