O diretor baiano Sérgio Machado tinha demonstrado vigor
narrativo em “Cidade Baixa” (2005) e “Quincas Berro D’Água” (2010), obras que
traziam uma mistura interessante de brasilidades, erotismo e questões sociais,
numa abordagem típica da sua geração de cineastas nordestinos que despontaram
nos últimos anos (com destaque óbvio para o pessoal de Pernambuco). Diante
desse histórico expressivo, ver a produção mais recente de Machado, “Tudo que
aprendemos juntos” (2014), acaba causando forte decepção. Em algumas sequências,
o diretor até preserva um certo frescor na encenação, mas acaba sendo muito
pouco dentro de um quadro geral que remete a uma enésima versão requentada do
clássico “Ao mestre com carinho” (1967). Clichês formais e temáticos são
maltratados de forma impiedosa e rasteira. Mesmo que o roteiro tangencie
dilemas prementes da sociedade brasileira contemporânea, o filtro estético e
textual do filme é tão quadrado e burocrático que faz com que essa pretensão
visão crítica se mostre superficial e reducionista.
Boa parte de amigos e conhecidos costuma dizer que as minhas recomendações para filmes funcionam ao contrário: quando eu digo que o filme é bom é porque na realidade ele é uma bomba, e vice-versa. Aí a explicação para o nome do blog... A minha intenção nesse espaço é falar sobre qualquer tipo de filme: bons e ruins, novos ou antigos, blockbusters ou obscuridades. Cotações: 0 a 4 estrelas.
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