Na aparência, para alguns, “Três corações” (2014) pode ser
considerado um representante expressivo do cinema francês “de qualidade”. Veja
lá: elenco com nomes importantes, temática dita “séria”, formalismo competente.
Na prática, entretanto, essa receita acaba desandando de maneira
constrangedora. O roteiro tem um desenvolvimento digno de um novelão mexicano
nas suas viradas e coincidências apelativas, o que é ainda piorado por uma
encenação exagerada nos seus truques melodramáticos e para a caracterização de
solenidade pomposa de atores e situações. Tudo é tão involuntariamente
caricatural e brega que chega um momento que se tem a impressão que alguém vai
acabar entregando que se está vendo alguma paródia. É claro que esse momento
nunca chega, e a conclusão a que se pode chegar é que o diretor Benoit Jacquot
derrapou legal em suas pretensões artísticas.
Boa parte de amigos e conhecidos costuma dizer que as minhas recomendações para filmes funcionam ao contrário: quando eu digo que o filme é bom é porque na realidade ele é uma bomba, e vice-versa. Aí a explicação para o nome do blog... A minha intenção nesse espaço é falar sobre qualquer tipo de filme: bons e ruins, novos ou antigos, blockbusters ou obscuridades. Cotações: 0 a 4 estrelas.
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