Pode-se dizer que “Medo da verdade” (2007) funcionou como
uma espécie de laboratório para Ben Affleck. Isso porque se pode perceber nesse
seu longa-metragem de estreia como diretor uma concepção artística que se delineou
de maneira mais eficaz e marcante em “Atração perigosa” (2010). Ainda assim,
esse seu primeiro filme como cineasta tem os seus atrativos. O roteiro peca por
alguns convencionalismos excessivos e a narrativa se prende a algumas fórmulas
óbvias do gênero suspense, mas Affleck demonstra talento na encenação precisa
de algumas sequências, na criação de uma convincente atmosfera mista de
sordidez e melancolia e na direção de atores, principalmente nas ótimas
atuações de Casey Affleck e Ed Harris. E por mais que algumas viradas da trama
e mesmo a conclusão da história sejam um tanto forçadas na tentativa de amarrar
todas as pontas para o espectador, também é inegável que o cineasta consegue
manter uma bem-vinda sobriedade para a narrativa. Diante de tais qualidades que
afloraram com ainda mais intensidade em obras posteriores, fica ainda a
impressão que Affleck é bem mais interessante como diretor do que ator.
Boa parte de amigos e conhecidos costuma dizer que as minhas recomendações para filmes funcionam ao contrário: quando eu digo que o filme é bom é porque na realidade ele é uma bomba, e vice-versa. Aí a explicação para o nome do blog... A minha intenção nesse espaço é falar sobre qualquer tipo de filme: bons e ruins, novos ou antigos, blockbusters ou obscuridades. Cotações: 0 a 4 estrelas.
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