Na década de 80, um nicho expressivo de diretores e
produções dentro do gênero fantástico se dedicaram a uma espécie de
reciclagem/homenagem a filmes B de terror e ficção-científica dos anos 50. É só
lembrar de alguns dos trabalhos mais expressivos da época de diretores como Joe
Dante e John Landis. Uma obra como “Controle remoto” (1988) é outro exemplar
enfático dessa tendência. O diretor Jeff Lieberman recria os preceitos formais
e temáticos mais caros de antigos filmes sobre invasões alienígenas sob uma
ótima ainda mais sarcástica e perversa tanto na elaboração de uma produção
pastiche fake de ficção científica cinquentista que serve como mote principal
da trama quanto em termos de atmosfera e encenação da história que se
desenvolve numa época mais contemporânea – nesse sentido, é de se destacar a
estranheza e sordidez da ambientação de algumas cenas e a criatividade das
brutais e hilárias sequências de ação. Algumas passagens do roteiro podem soar
paródicas e exageradas, mas acabam ganhando uma perturbadora dimensão dramática
devido a tensa narrativa arquitetada por Lieberman. Nas mãos do cineasta, mesmo
algumas interpretações canastronas do elenco e alguns dilemas datados do
roteiro se incorporam com naturalidade e coerência em uma lógica artística
muito particular.
Boa parte de amigos e conhecidos costuma dizer que as minhas recomendações para filmes funcionam ao contrário: quando eu digo que o filme é bom é porque na realidade ele é uma bomba, e vice-versa. Aí a explicação para o nome do blog... A minha intenção nesse espaço é falar sobre qualquer tipo de filme: bons e ruins, novos ou antigos, blockbusters ou obscuridades. Cotações: 0 a 4 estrelas.
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