Esse é um documentário bem filmado, as tomadas das apresentações dos músicos tocando e cantando tangos são bonitas, mas a verdade é que o filme não tem uma dinâmica envolvente. Os depoimentos dos músicos são tão artificiais que fazem o filme parecer um documento institucional do tango, tendo em vista a assepsia excessiva que paira durante boa parte da metragem do documentário. Chega a um ponto que já não se consegue distinguir quem está falando tal a uniformidade e a burocracia com que o material é jogado na tela. No final das contas, parece um monte de velhinhos simpáticos fazendo declarações de amor ao tango. Faltou individualizar melhor cada um dos músicos, para se perceber com maior nitidez as nuances de cada um. O concerto final, num tradicional teatro argentino, recebe uma edição apressada demais, não dando tempo ao espectador de sentir devidamente o objetivo do espetáculo, ou seja, a música em si. A impressão final que se tem de “Café dos Maestros” é a de que se assistiu a uma espécie de “Buena Vista Social Club” do tango, só que bem menos inspirado.
Boa parte de amigos e conhecidos costuma dizer que as minhas recomendações para filmes funcionam ao contrário: quando eu digo que o filme é bom é porque na realidade ele é uma bomba, e vice-versa. Aí a explicação para o nome do blog... A minha intenção nesse espaço é falar sobre qualquer tipo de filme: bons e ruins, novos ou antigos, blockbusters ou obscuridades. Cotações: 0 a 4 estrelas.
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