Essa produção francesa de 2003 é surpreendente. O diretor Eric Guirado combina com habilidade drama social com toques intimistas e cômicos, sem cair para o enfadonho. Inicialmente, fatos banais do quotidiano de um jovem interiorano recém chegado na cidade grande vão se sucedendo quase que aleatoriamente, mas aos poucos a narrativa ganha densidade dramática, envolvendo cada vez mais o espectador na jornada de perda da inocência do protagonista perante uma sociedade corrompida. O filme evita as soluções maniqueístas ou simplórias, mas também não tende para niilismos. Mesmo diante da aparente impotência do personagem principal em mudar o que está errado, o final chega a ser quase redentor e esperançoso. Guirado acerta também no registro da fotografia para essa pequena saga acre-doce, com um estilo de filmar que oscila entre o quase documental e o tom de fábula.
Boa parte de amigos e conhecidos costuma dizer que as minhas recomendações para filmes funcionam ao contrário: quando eu digo que o filme é bom é porque na realidade ele é uma bomba, e vice-versa. Aí a explicação para o nome do blog... A minha intenção nesse espaço é falar sobre qualquer tipo de filme: bons e ruins, novos ou antigos, blockbusters ou obscuridades. Cotações: 0 a 4 estrelas.
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