Parte da produção cinematográfica da França vem passando por
um processo semelhante com o que vem acontecendo com o cinema argentino: em
nome de um palatável padrão de “qualidade” artística, tais obras se
descaracterizam de uma identidade própria. Seu pretenso universalismo apenas
torna tais produções derivativas – se fossem faladas em inglês, passariam tranqüilos
como um rotineiro filme norte-americano. É o caso justamente de “A família Bélier”
(2013). É claro que os cenários campestres e alguns elementos culturais trazem
algo de diferente para a obra do diretor Eric Lartigau. Os conflitos de sua
temática, a estrutura narrativa e o seu formalismo, entretanto, evocam um
cinema genérico. Pode ser até ser agradável e divertido em alguns momentos, mas
o misto de drama de superação e comédia pastelão dá aquela impressão constante
de algo fácil de ver e de esquecer. O que é uma pena, pois mesmo com uma trama permeada
de clichês havia potencial para um resultado final mais contundente e memorável,
o que se evidencia na qualidade dramática de alguns nomes do elenco e na beleza
dos números musicais.
Boa parte de amigos e conhecidos costuma dizer que as minhas recomendações para filmes funcionam ao contrário: quando eu digo que o filme é bom é porque na realidade ele é uma bomba, e vice-versa. Aí a explicação para o nome do blog... A minha intenção nesse espaço é falar sobre qualquer tipo de filme: bons e ruins, novos ou antigos, blockbusters ou obscuridades. Cotações: 0 a 4 estrelas.
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