O que torna o cinema uma mídia cultural de linguagem própria?
Sua construção narrativa para contar uma história? A montagem? Um filme como “Jornada
ao Oeste” (2013) parece contestar tudo isso, mas também não oferece uma
resposta pronta para qualquer questionamento. O diretor chinês Tsai Ming-Liang
exaspera o uso de alguns recursos e os leva a um limite existencial e artístico
que beira o perturbador (se bem que para alguns pode ser simplesmente tedioso).
A obra em questão exige do seu espectador um certo desprendimento estético e
temporal na sua apreciação. Não há propriamente uma história sendo contada e
nem grandes truques formais colocados em pauta. O que Ming-Liang faz é um
esmiuçar detalhista e lento na sua encenação, procurando captar nuances que
tanto podem ser planejadas quanto aleatórias, em meio a expressivos
enquadramentos de sua câmera. Esse cinema rarefeito e espartano, aos poucos,
gera um efeito sensorial cativante, em que coisas prosaicas e naturais ganham
uma notável dimensão artística e humana.
Boa parte de amigos e conhecidos costuma dizer que as minhas recomendações para filmes funcionam ao contrário: quando eu digo que o filme é bom é porque na realidade ele é uma bomba, e vice-versa. Aí a explicação para o nome do blog... A minha intenção nesse espaço é falar sobre qualquer tipo de filme: bons e ruins, novos ou antigos, blockbusters ou obscuridades. Cotações: 0 a 4 estrelas.
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