O diretor norte-americano David Wain tem uma queda para fazer pastiches/homenagens a determinados subgêneros cinematográficos. Se em “Encontros e desencontros do amor” (2014) a sua paródia de comédia romântica se mostra mal-ajambrada e sem graça, na reciclagem perversa que faz das comédias oitentistas de acampamento em “Mais um verão americano” (2001) o resultado final se mostra bem mais satisfatório. Estão lá todos os clichês narrativos e temáticos típicos desse tipo de produção devidamente atualizados por um olhar mais irônico, mas que também revela um certo viés carinhoso e libertário. Tudo no filme soa bastante estilizado: as atuações exageradas de atores adultos emulando adolescentes estereotipados, a direção de arte a emular uma atmosfera algo idealizada imaginária dos anos 80, o roteiro que trafega entre o caricatural e o grotesco. Wain consegue dar uma considerável unidade artística para tais elementos e fazer com que a narrativa se mostre funcional e divertida, além de evidenciar personagens memoráveis e passagens da trama efetivamente antológicas (os monitores que vão para uma cidadezinha para vandalizar e se drogar, o surreal show de talentos no terço final do filme).
Boa parte de amigos e conhecidos costuma dizer que as minhas recomendações para filmes funcionam ao contrário: quando eu digo que o filme é bom é porque na realidade ele é uma bomba, e vice-versa. Aí a explicação para o nome do blog... A minha intenção nesse espaço é falar sobre qualquer tipo de filme: bons e ruins, novos ou antigos, blockbusters ou obscuridades. Cotações: 0 a 4 estrelas.
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