Para começo de conversa, sempre conheci o protagonista de “Shazam!”
(2019) como Capitão Marvel. Assim, já começa como uma estranheza o próprio nome
do filme. E um certo descompasso criativo é o que marca a produção dirigida por
David Sandberg. Em boa parte de sua narrativa, predomina o tom de uma síntese
entre aventura e comédia a exaltar valores juvenis e familiares, mas por vezes
são inseridos alguns elementos temáticos e gráficos bastante sombrios,
principalmente em sequências fortes de mutilação e morte e na caracterização
visual dos monstros/pecados. A obra até procura em alguns momentos uma densidade
dramática, flertando com o pesado assunto do abandono infantil, atenuada,
entretanto, pelo caráter pueril de várias sequências do filme. As diversas
cenas de ação e as inúmeras trucagens digitais são competentes e
espalhafatosas, mas nada especialmente diferente ou memorável. Ou seja, no
geral, “Shazam!” é uma produção rotineira e esquecível. Contudo, diante da
ruindade absoluta de outros filmes originários do universo dos quadrinhos da DC
como “Esquadrão Suicida” (2016) e “Aquaman” (2018), acaba ganhando algum
destaque artístico justamente por não pisar na bola de forma tão clamorosa.
Boa parte de amigos e conhecidos costuma dizer que as minhas recomendações para filmes funcionam ao contrário: quando eu digo que o filme é bom é porque na realidade ele é uma bomba, e vice-versa. Aí a explicação para o nome do blog... A minha intenção nesse espaço é falar sobre qualquer tipo de filme: bons e ruins, novos ou antigos, blockbusters ou obscuridades. Cotações: 0 a 4 estrelas.
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