Confesso que a premissa inicial e mesmo o trailer de “A
culpa é das estrelas” (2014) me despertaram alguma expectativa. Dois jovens com
câncer em estágio avançado se apaixonam e vivem um caso de amor com os dias
contados... Ora, convenhamos: há um certo grau de morbidez ultraromântica que
beira o atípico para essas produções românticas adolescentes. O resultado final
do filme, entretanto, fica bem distante de um possível tratamento mais criativo
e perverso. A narrativa é fortemente esquemática, fazendo com que a cada cinco
minutos venha alguma edificante lição de vida, retirando qualquer traço de
espontaneidade e virulência que uma história de amor de romantismo desesperado
poderia ter. O tratamento formal proposto pelo diretor Josh Boone contribui
para essa atmosfera de assepsia da produção, com fotografia e montagem evocando
uma estética de cartão-postal esmaecido, contrabalançada pela trilha sonora
esperta de canções indie rock e algumas tiradas engraçadinhas do roteiro. Ou
seja, fácil de ver, também fácil de esquecer.
Boa parte de amigos e conhecidos costuma dizer que as minhas recomendações para filmes funcionam ao contrário: quando eu digo que o filme é bom é porque na realidade ele é uma bomba, e vice-versa. Aí a explicação para o nome do blog... A minha intenção nesse espaço é falar sobre qualquer tipo de filme: bons e ruins, novos ou antigos, blockbusters ou obscuridades. Cotações: 0 a 4 estrelas.
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