A pretensão do diretor espanhol Cesc Gay em “O que os homens
falam” (2012) é até alta ao querer fazer uma radiografia da alma masculina na
atualidade. Para isso, o cineasta se vale de uma estrutura narrativa episódica,
havendo uma variação entre o drama e comédia em cada uma das histórias
contadas. Gay busca um equilíbrio entre a crueza e a uma certa leveza cômica ao
retratar os dilemas e contradições dos homens na sociedade moderna. Se a intenção
dele é louvável, o resultado final, entretanto, fica bastante a desejar. A
encenação concebida por Gay, por diversos momentos, é travada, sem fluidez.
Personagens falam em demasia e a narrativa não apresenta desenvoltura.
Contribui para isso também as concepções estereotipadas do roteiro do filme –
em todos os episódios, os homens são retratados como fracos, imbecis e/ou
aproveitadores, sendo que todas as mulheres são bem resolvidas em termos de caráter
e maturidade. Tal misandria pode até ser divertida por vezes (como na seqüência
da discussão em relação a um livro de psicomagia do cineasta e mago Alejando
Jodorowiski), mas os seus excessos acabam tornando a produção cansativa nesses
exageros simplórios.
Boa parte de amigos e conhecidos costuma dizer que as minhas recomendações para filmes funcionam ao contrário: quando eu digo que o filme é bom é porque na realidade ele é uma bomba, e vice-versa. Aí a explicação para o nome do blog... A minha intenção nesse espaço é falar sobre qualquer tipo de filme: bons e ruins, novos ou antigos, blockbusters ou obscuridades. Cotações: 0 a 4 estrelas.
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