segunda-feira, janeiro 29, 2007

Filmes da Semana (cotação de 0 a 04 estrelas)

Os Infiltrados, de Martin Scorsese ****
Babel, de Alejandro González Iñárritu **1/2
Apocalypto, de Mel Gibson ****
1972, de José Emilio Rondeau e Ana Maria Bahiana **
O Amor Não Tira Férias, de Nancy Meyers *1/2
O Lobisomem, de George Waggner ***1/2
A Balada de Ricky Bobby, de Adam McKay ****
The Acid House, de Paul McGuigan ***
Last Days, Gun Van Sant ****
Os Cavaleiros da Noite, de George Romero ****

sexta-feira, janeiro 26, 2007

O Fundo do Mar, de Damián Szifron ***

Essa produção argentina de 2003 tem uma meia hora inicial bastante promissora. O namoro entre Ezequiel (Daniel Hendler) e Anna (Dolores Fonzi) se encontra em crise, pronto para se esfacelar. Vemos a situação pelos olhos de Ezequiel e isso dá uma dimensão fortemente angustiante para o filme. Assim como o personagem, ficamos na dúvida do que realmente está acontecendo, se Anna o está traindo ou não. Pode-se perceber com essa abordagem o sentimento de impotência de Ezequiel diante da situação. A visão oferecida pelo diretor Damián Szifron é bastante crua e humana sobre uma relação amorosa preste a desabar por completo, ao mesmo tempo que o cineasta consegue obter fortes momentos de tensão dramática com a dúvida de Ezequiel sobre a fidelidade de Anna, remetendo até mesmo ao magnífico “Ciúme – O Inferno do Amor Possessivo”, de Claude Chabrol.

O problema de “O Fundo de Mar” é que após esse excelente começo o filme envereda por uma trilha completamente diversa, quando Ezequiel “descobre” que Anna realmente o traiu. Ele passa a perseguir o homem com quem ela estava, o seu psicólogo (Gustavo Garzón), sendo que nesse momento acabamos tendo uma típica comédia de mal entendidos. Não que não haja seqüências divertidas, mas o filme perde muito daquela tensão inicial e mesmo da sua força narrativa. É como se esses dois momentos do filme, o dramático e o cômico, não tivessem uma conexão natural, soando até mesmo um pouco forçado.
Mais Estranho que a Ficção, de Marc Forster ****

Parece que nesses últimos meses alguns cineastas dos quais nunca fui muito fã resolveram fazer filmes realmente legais. Primeiro foi o M. Night Shyamalan com o cara-de-pau e divertido “A Dama na Água”. Pouco depois Darren Aronofsky lança “A Fonte da Vida”, uma ficção científica enlouquecida cheia de influências de quadrinhos. E agora Marc Forster, que sempre fez filmes medianos, nos mostra esse magnífico “Mais Estranho que a Ficção”.

Um dos pontos mais discutidos na história do cinema sempre foi a sua relação com a linguagem literária. Sempre houve um questionamento o quanto o cinema era influenciado pela literatura, não só em casos de adaptações de romances ou contos, mas também pela utilização de uma estrutura narrativa que remete diretamente ao discurso literário. Não sem razão, vários teóricos e críticos execravam esse tipo de aproximação entre cinema e literatura pelo fato de que a mesma impede o desenvolvimento de uma linguagem própria cinematográfica. Truffaut, por exemplo, sempre considerou que essa influência literária no cinema fazia com que a própria crítica e público apreciassem um filme pela sua trama em si e não pelo impacto sensorial das imagens. “Mais Estranho que a Ficção” traz a tona essa discussão de forma irônica ao mostrar o drama de Harold Crick (Will Ferrel), um pacato fiscal do Imposto de Renda que começa a ouvir na sua mente uma narração que descreve exatamente todos os seus passos. A forma com que o personagem e a narração interagem é engenhosa: apesar dos protestos e tentativas de comunicação do Crick com a tal da voz, a mesma sempre se mantém impassível e ignorando até mesmo a ciência do personagem sobre a sua possível autora. As situações de metalinguagem nesses momentos têm um grau de fluência e sofisticação admirável. Forster parece também alfinetar a própria utilização do discurso literário: a narrativa ostensiva e rebuscada da escritora Kay Eiffel (Emma Thompson) parece redundante, excessiva, fazendo com que tenhamos a sensação de que as imagens estejam dispensando a narração em off.

“Mais Estranho que a Ficção”, além da sua criativa metalinguagem, também impressiona por uma impressionante sensibilidade a flor da pele. O processo de mudança de Crick, ao tomar consciência da sua morte que estar por vir brevemente, tem uma sutileza e intensidade admiráveis e que acaba culminando na belíssima seqüência em que ele toca no violão uma canção punk, de maneira tosca e possuída, para Ana Pascal (Maggie Gyllenhaal), a adorável padeira por quem ele está apaixonado. Contribui também para isso a excelente atuação de Will Ferrel, que saí daquele seu típico registro histriônico e oferece uma interpretação que oscila com perfeição serenidade e um ar de perplexo.

A utilização de efeitos especiais em “Mais Estranho Que a Ficção” também é um capítulo a parte pela sua criatividade, lembrando bastante nesse sentido o fantástico “Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembrança”. E é claro que não dá para esquecer a maravilhosa trilha sonora: as canções tipicamente indie da banda Spoon dão a moldura sonora ideal para o clima surreal e romântico da trama. Isso sem contar a tremendamente assobiável “Whole Wide World”, a tal canção punk cantada e tocada por Crick.

terça-feira, janeiro 23, 2007

Filmes da Semana (Cotações de 0 a 04 estrelas)

Deja Vu, de Tony Scott ****
Você é Tão Bonito, de Isabelel Mergault **1/2
Adrenalina, de Mark Neveldine ***
O Perfume, de Tom Tykwer **1/2
A Concepção, de José Eduardo Belmonte ***
Miami Vice, de Michael Mann ****
O Ritmo de Um Sonho, de Craig Bewer ****

quinta-feira, janeiro 18, 2007

Os Dez Mandamentos, de Cecil B. DeMille ***1/2

Levar a sério hoje em dia um filme como “Os Dez Mandamentos” é até meio difícil. A visão sobre os episódios bíblicos em questão não representa uma visão aprofundada sobre preceitos religiosos. Mesmo com todos os exageros estéticos de Cecil B. DeMille, essa produção de 1956 envelheceu bem com o passar dos anos, principalmente se encararmos o filme pela sua verdadeira natureza: um tremendo épico de aventura muito bem dirigido. A mão de DeMille pesa em alguns momentos, mas o talento do mesmo para gerar cenas antológicas é inegável. E fica ainda mais evidente na melhor e mais famosa seqüência de “Os Dez Mandamentos” que é aquela em que o Mar Vermelho se abre para os judeus em fuga do Egito, numa trucagem genial que impressiona até hoje.

quarta-feira, janeiro 17, 2007

Diamante de Sangue, de Edward Zwick ***1/2

Por mais nobres que sejam as intenções de “Diamante de Sangue” de denunciar a extração e o comércio ilegais de diamantes na África, a verdade é que essa produção funciona melhor como filme de guerra do que uma análise séria sobre o assunto. Tanto que o maior ponto fraco do filme está justamente nos momentos “políticos”, rendendo seqüências com diálogos excessivamente descritivos que afetam a sua fluência narrativa. O final edificante também vai nessa linha, em um tom discursivo e meloso que é tremendamente anti-climático.

Apesar desses problemas, entretanto, “Diamante de Sangue” é um trabalho que confirma o talento do cineasta Edwar Zwick para dirigir épicos de ação, coisa, aliás, que ela já tinha feito com brilhantismo no ótimo “O Último Samurai” (que, por sinal, também tinha um final horroroso). Tanto nas densas selvas quanto nas empobrecidas cidades, Zwick obtém uma ambientação impressionante para a trama, transformando aquela parte do continente africano num verdadeiro pedaço do inferno na Terra. Essa caracterização do meio, que se estende para alguns personagens (retratados como selvagens animalescos) pode ser um pouco preconceituosa, mas ao mesmo tempo oferece o pano de fundo ideal para a sangrenta saga de Danny Archer (Leonardo DiCaprio) e Solomon Vandy (Djimon Hounsou) na busca de um raro diamante rosa e do filho do segundo em plena guerra civil em Serra Leoa. As seqüências de combates, aliás, são antológicas nas suas precisas coreografias de tiros, explosões, sangue, morte e destruição. Nesse sentido, o auge de “Diamante de Sangue” ocorre quando a capital do país é invadida por guerrilheiros, com Archer e Vandy correndo no meio do caos, fugindo e abrindo o caminho à bala, com Zwick nos dando a sensação de um mundo desabando. E tudo isso ao som de uma trilha sonora bombástica na medida certa e ideal para a grandiosidade das cenas.

A atuação de Leonardo DiCaprio é outro dos motivos que fazem “Diamante de Sangue” valer o ingresso. A sua atuação impressiona pelo carisma que oferece ao malandro mercenário Danny Archer, que vai do cinismo e sangue frio do início até a emotividade dramática da conclusão do filme, tornando crível a redenção final do personagem.

terça-feira, janeiro 16, 2007

Strings, de Anders Ronnow Klarlund ***

Filmes com marionetes não são propriamente uma novidade na história do cinema. “Strings”, produção européia de 2004, entretanto, traz alguns aspectos bem originais para o gênero. Além de uma concepção visual fortemente estilizada e rebuscada, o filme apresenta de forma criativa o uso de metalinguagem ao fazer com que as cordas que manipulam os bonecos, o que inicialmente poderia ser visto como um fator limitador, sejam utilizadas como recurso dramático na trama (os personagens morrem, por exemplo, quando têm as suas cordas cortadas).

Apesar de tais ousadias, “Strings” se torna cansativo com o passar do tempo, principalmente devido ao roteiro esquemático e a uma certa frieza excessiva na condução da trama. Mesmo assim, a beleza das imagens torna o filme uma experiência cinematográfica bem recomendável.

segunda-feira, janeiro 15, 2007

Cotações da Semana (de zero a quatro estrelas)

O Segredo de Beethoven, de Agnieszka Holland ***1/2
Feliz Natal, de Christian Carion **1/2
Diamante de Sangue, de Edward Zwick ***1/2
Mais Estranhos Que a Ficção, de Marc Forster ****
Só Deus Sabe, de Carlos Bolado **1/2
Feliz Natal, de Christian Carion **1/2

No clássico drama de guerra “A Grande Ilusão” (1937), uma das maiores obras primas do mestre Jean Renoir, havia um momento na trama em que ocorre uma espécie de confraternização entre os exércitos combatentes. Apesar dessa insólita manifestação, não perdíamos a consciência de que aqueles homens também estavam prontos para matar os seus inimigos quando necessário. Essa dualidade aumentava ainda mais a dimensão humana do filme, ao mostrar a imensa gama de sentimentos que envolve um conflito bélico. Renoir também colocava em pauta a distinção entre as classes oficiais/aristocráticas e soldados/povo, mostrando como tal divisão impregnava a cultura ocidental a ponto de não ser esquecida em pleno combate.

“Feliz Natal”, produção européia de 2005, evoca as questões abordas por Renoir em “A Grande Ilusão”, procurando explicitar ainda mais o que na obra de Renoir era mais insinuado. Mesmo assim, o cineasta Christian Carion acaba deixando muito a desejar na sua visão. A concepção das situações e dos personagens é simplória e rasa demais. Não há a natureza contraditória e ambígua da obra prima de Renoir: tudo é certinho e unidimensional em demasia.

No final das contas, “Feliz Natal” não chega a ser ruim. Há belos planos dos campos de batalhas, além de alguns momentos divertidos durante a confraternização entre alemães, franceses e escoceses. A forma como as músicas típicas dos países são utilizadas como forma de aproximação entre os inimigos também é um sopro de criatividade e frescor na narrativa. Mas isso tudo é insuficiente para tirar a impressão de frustração ao final do filme.

sexta-feira, janeiro 12, 2007

Bem-vindo, de Lukas Moodysson ***1/2

O cineasta sueco Lukas Moodysson deixa claro na sua filmografia influências consideráveis do cinema nórdico de gente como Ingmar Bergman e Lars Von Trier, através de um estilo mais intimista, temática caindo para o naturalismo e uma abordagem crítica e ácida sobre as mazelas da sociedade contemporânea. Moodysson, entretanto, consegue se destacar e mostrar brilho próprio por trazer sempre em seus filmes uma visão mais irônica e bem humorada, tendência essa que ele até mesmo conseguiu preservar no barra pesada “Lilya Forever”.

Em “Bem-vindo”, produção de 2000, essa visão de Lukas Moodyson acaba oferecendo um resultado bem original para uma trama que teria tudo para cair no lugar comum. Quando Elisabeth (Lisa Lindgren) abandona o marido Rolf (Michael Nyqvist) e parte com seus filhos para morar em uma comunidade alternativa e hiponga onde o seu irmão Göran (Gustav Hammarsten) é uma espécie de líder achamos que vamos ter algo no estilo “burguesa descobre o sentido da vida ao conviver com porras loucas”. E até que o roteiro em alguns momentos envereda por esse caminho. Mas o grande barato realmente está no fato de que é ela e suas crianças que realmente influem em uma mudança no tal grupo e principalmente no seu irmão, que aos poucos vai percebendo a sua passividade perante a sua não muito fiel companheira Lena (Anja Lunkkvist), adepta convicta da filosofia do amor livre.

É na contraposição de conceitos sobre o que é ser liberal e o que é ser conservador que está a força de “Bem-vindo”. Moodyson não se mostra favorável a nenhum dos lados, estando mais disposto a tirar um sarro de tudo e de todos. E essa concepção sacana é que faz do filme um dos mais divertidos a sair do habitualmente sisudo cinema nórdico.

quinta-feira, janeiro 11, 2007

O Segredo de Beethoven, de Agnieszka Holland ***1/2

“O Segredo de Beethoven” era uma produção que tinha tudo para resultar num draminha água com açúcar sobre os últimos anos de vida do gênio musical do título. Nas mãos de Agnieszka Holland o filme tomou um viés bem mais interessante, principalmente pelo fato da diretora se utilizar de maneira magnífica do excelente material musical que tinha em mãos. A música é quase como se fosse um personagem por si só tamanho o esmero na forma com que é editada com as imagens. Holland faz com que as sinfonias e peças sejam uma extensão perfeitamente coerente da personalidade explosiva e genial de Beethoven. Nesse sentido, o ápice do filme é a seqüência em que a 9ª Sinfonia é apresentada pela primeira vez e regida pelo próprio compositor. A sinfonia não é apenas musical, mas também visual, com som e imagem se combinando e misturando de forma inebriante e deixando o expectador até atordoado e maravilhado com a força de ambos.

Holland só não consegue contornar, no entanto, a caracterização mal focada de Diane Kruger no papel de Anna Holz, a copista e pretensa compositora que se torna uma espécie de “secretária” de Beethoven (Ed Harris, numa boa interpretação que não cai em muitos exageros). O que era para ser uma personagem marcada pela ambigüidade acaba caindo excessivamente para garota meiga e romântica, não sendo explorado de forma satisfatória, dessa forma, a relação entre ela e o compositor.

Tais problemas, entretanto, acabam se tornando pequenos perto dos méritos de “O Segredo de Beethoven”, um dos filmes que melhor exploraram nos últimos tempos as possibilidades de representação da música em termos cinematográficos.

terça-feira, janeiro 09, 2007

Os 10 Melhores Filmes de 2006

1) Os Infiltrados, de Martin Scorsese
2) Miami Vice, de Michael Mann
3) 007 - Cassino Royale, de Martin Campbell
4) Viagem Maldita, de Alexandre Aja
5) Orgulho e Preconceito, de Joe Wright
6) Café da Manhã em Plutão, de Neil Jordan
7) Munique, de Steven Spielberg
8) Match Point, de Woody Allen
9) O Novo Mundo, de Terrence Mallick
10) O Plano Perfeito, de Spike Lee
Maldito Coração, de Asia Argento ****

Confesso que as origens de “Maldito Coração” faziam com que eu tivesse um certo receio em relação ao filme. Afinal, essa produção norte-americana de 2004 é baseada numa pretensa auto-biografia de um escritor que na realidade nunca existiu, o controverso e andrógino J.T. Leroy. Quando o mesmo foi desmascarado, descobriu-se que quem havia escrito todos os seus polêmicos livros era a sua agente e que Leroy na verdade era uma modelo! Ou seja: uma gloriosa picaretagem! Não cheguei a ler os livros do “cara”, mas “Maldito Coração” está muito longe de ser apenas mais um golpe publicitário. O filme traz uma das visões mais viscerais e originais sobre o universo familiar, além de ser um brilhante exercício estético de Ásia Argento, filha do mestre do horror e suspense italiano Dario Argento.

A trama de “Maldito Coração” gira em torno de Jeremiah, um garoto que ainda criança é tirado da tranqüilidade da sua família adotiva para viver com a sua mãe biológica, Sarah, uma junkie contumaz e ninfomaníaca de carteirinha (a própria Ásia Argento, numa primorosa caracterização grotesca e exagerada, como se fosse uma Courtney Love ainda mais enlouquecida). A vida do menino se transforma numa verdadeira descida aos infernos mais aterradores, passando por episódios extremos de sevícias sexuais, violência, abandono, solidão e até mesmo travestismo. Mesmo quando não está nas mãos de sua mãe, Jeremiah passa por poucas e boas, principalmente através do seu avô (numa participação sinistra de Peter Fonda), um fanático religioso dado a espancar seus familiares nos momentos de vacilação da fé dos mesmos (aliás, um dos momentos mais antológicos e absurdos do filme é quando canta “Anarchy In U.K.”, dos Sex Pistols, para o seu primo carola). Toda essa temática barra pesada que ronda “Maldito Coração”, contudo, não faz com que essa obra caia no mero sensacionalismo. A intenção de Ásia Argento é justamente contrapor todo esse rosário de desgraças e perversões com o conceito da união familiar. O resultado de tal diálogo aparentemente paradoxal é perturbador e ao mesmo tempo marcado por uma surpreendente ironia. Quanto mais Jeremiah é maltratado pela mãe, mais o sentimento de cumplicidade e dependência entre os dois fica acentuado, até chegar a um ponto em que os mesmos não conseguem conceber a vida separados. Por mais esquisito que possa parecer, talvez “Maldito Coração” seja um dos filmes que melhor discutiram o núcleo familiar nos últimos tempos.

Mas as ousadias de Ásia Argento não se limitaram apenas ao conteúdo do roteiro. Talvez seja cedo e precipitado dizer que a cineasta tenha atingido o grau de perfeição virtuosística do seu progenitor, mas ela chega perto em algumas belas seqüências de “Maldito Coração”. O seu grande mérito é misturar uma narrativa hiper-realista com trechos de puro delírio e fantasia. O momento em que é atendido em um hospital após ser molestado sexualmente por um dos namorados de sua mãe é exemplar: ao mesmo tempo que começa a receber dolorosos pontos, o garoto começa a ter uma verdadeira viagem psicodélica devido aos sedativos em que chega até mesmo a ver fadinhas, num momento onírico de visual espetacular. De se destacar também o processo de sedução em que se traveste com as roupas de e seduz outro de seus amantes (um irreconhecível Marilyn Manson), confundindo até mesmo o expectador, em um brilhante trabalho de manipulação de imagens por parte de Ásia Argento.

Piores Filmes de 2006

1) Edison, de David J. Burke
2) O Cerro do Jarau, de Beto Souza
3) Elsa e Fred – Um Amor de Paixão, de Marcos Carnevale
4) Eragon, de Stefen Fangmeier
5) Tapete Vermelho, de Luiz Alberto Pereira

segunda-feira, janeiro 08, 2007

Cotações das Últimas Duas Semanas (de 0 a 4 estrelas)

A Promessa, de Chen Kaige **1/2
Meu Irmão Quer Se Matar, de Lone Scherfig ***1/2
Por Água Abaixo, de David Bowers e Sam Fell ***1/2
A Proposta, de John Hillcoat ****
Muito Além Do Jardim, de Hal Ashby ****
Julieta dos Espíritos, de Federico Fellini ****
Nacho Libre, de Jared Hess ***1/2
This Is Spinal Tap, de Rob Reiner ****
Aquele Que Saber Viver, de Dino Risi ****
A Mighty Wind, de Christopher Guest ***
Napoleão Dinamite, de Jared Hess ****
Phenomena, de Dario Argento ***1/2
Recomeçar, de Roger Michell ***1/2
Laurel Canyon – A Rua das Tentações, de Lisa Cholodenko **1/2
O Pecado da Fé, de Jean Beaudin *1/2
Voltando Para Casa, de Agnieszka Holland ***1/2
Inimigo Público Nº 1, de William Wellman ***1/2
Adorável Pecadora, de George Cukor ***1/2
5 Covas No Egito, de Billy Wilder ****
Terapia De Doidos, de Brian De Palma ****
Duelo De Titãs, de John Sturges ****