sábado, maio 09, 2009

Watchmen, de Zack Snyder **


Sem querer parecer exagerado, mas considero a minissérie “Watchmen” a melhor história em quadrinho que já li. O fato de não ter gostado de sua adaptação para os cinemas, entretanto, não tem relação com uma possível birra de um fã. O que me incomoda no filme são os seus defeitos como cinema, e não por um simples fato de não ter sido respeitoso à obra original. Para começar, as seqüências de ação padecem dos mesmos problemas de “300” (2007), o filme anterior de Zack Snyder: há um abuso de planos estáticos e câmeras lentas que dão a impressão de estarmos assistindo a um longo comercial de sabonete. Houve também equívocos no roteiro que simplificou ou resumiu as várias subtramas que compõem o texto original, o que faz com que o filme fique incompreensível para o espectador que não tenha lido anteriormente ao gibi. Não por acaso, muitas pessoas saíam no meio da sessão quando fui assistir ao filme. Além disso, focou-se em demasia detalhes supérfluos como lutas de coreografias mal ajambradas de artes marciais que se estendem em demasia (no gibi, elas se resumem a um ou dois quadros).

Assistir a “Watchmen”, porém, não chega a ser uma experiência tão tormentosa assim, mesmo com todos esses problemas. Mesmo com todas as reduções no texto original, a trama preserva algo do encanto do gibi, com aquela linha de narrativa combinando ironia e amor ao gênero dos quadrinhos de super-heróis, além da relação genial entre ficção e realidade. Vale mencionar ainda que algumas caracterizações dos personagens ficaram bem interessantes, principalmente a do violento vigilante Rorschach.

Na verdade, a minha decepção com “Watchmen” nem foi tão grande assim, pois o currículo de Snyder não me fez criar muitas expectativas positivas. Até acho que o filme saiu melhor do que o esperado...

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