No documentário “Loki – Arnaldo Baptista” (2008) parece não haver uma preocupação primordial pela busca exata da verdade dos fatos ou por uma visão objetiva da vida do biografado. O que fica mais explícito é o encanto pela música de Arnaldo e dos Mutantes e a forma que tal arte se relaciona com a própria vida do músico. Nesse sentido, a produção obtém vários momentos antológicos, principalmente quando deixa claro que boa parte das letras de Arnaldo revela um impressionante desnudar da sua própria alma, assim como as suas inquietações musicais são reflexos da sua personalidade contraditória e inconstante. É evidente que no filme aparece em alguns momentos um excessivo tom de pura exaltação do gênio, mas isso acaba sendo apenas um pequeno incômodo diante do belo trabalho do diretor Paulo Henrique Fontenelle em compilar depoimentos recentes com preciosas imagens de arquivo – além daquelas com os verdes anos dos Mutantes, as raras tomadas de Arnaldo tocando com a Patrulha do Espaço são um verdadeiro presente para os fãs. Fontenelle tem também o louvável mérito de conseguir manter uma aura de mistério em torno de Arnaldo, insinuando que há muito mais para se conhecer da brilhante visão artística do mestre mutante.
Boa parte de amigos e conhecidos costuma dizer que as minhas recomendações para filmes funcionam ao contrário: quando eu digo que o filme é bom é porque na realidade ele é uma bomba, e vice-versa. Aí a explicação para o nome do blog... A minha intenção nesse espaço é falar sobre qualquer tipo de filme: bons e ruins, novos ou antigos, blockbusters ou obscuridades. Cotações: 0 a 4 estrelas.
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