quinta-feira, maio 26, 2011

Pepperminta, de Elisabeth Charlotte Rist **1/2



As origens artísticas da diretora suíça Elisabeth Charlotte Rist pode dá uma idéia da gênese de “Pepperminta” (2009), seu longa-metragem de estreia. Artista plástica que se destacou inicialmente como videomaker, com ênfase na utilização de música, Rist leva para o cinema algumas de suas concepções estéticas. O resultado acaba sendo uma obra irregular como narrativa, no sentido de que algumas seqüências da produção acabam parecendo muito mais um longo vídeo clip do que propriamente um produto cinematográfico. Mesmo que a conjunção de “O Mágico de Oz”, “Alice no País das Maravilhas” e a fase lisérgica dos Beatles possa soar desajeitada e ingênua em alguns momentos, entretanto, é inegável o poder de sedução de algumas imagens de “Pepperminta”. A cineasta joga vários conceitos ao mesmo tempo na tela e parte deles acaba até encontrando um certo impacto que oscila entre o bizarro e o perturbador. O que falar, por exemplo, nas cenas em que o sangue menstrual da protagonista é retratado como uma espécie de droga lisérgica e sagrada? E é justamente nesse frágil equilíbrio entre o grotesco e o lírico que se encontra a força criativa do filme e que faz com que talvez Rist seja um nome a se prestar atenção no futuro.

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