domingo, junho 25, 2006


O Barco - Inferno no Mar, de Wolfgang Petersen ****

Dentro de uma carreira com filmes magníficos como “Inimigo Meu”, “A História Sem Fim” e “Na Linha de Fogo”, “O Barco – Inferno no Mar” representa o auge criativo do diretor alemão Wolfgang Petersen. É certamente um dos grandes filmes de guerra já realizados, e é um dos melhores filmes, junto com “A Cruz de Ferro” de Sam Peckinpah, a retratar a 2ª Guerra Mundial sob a perspectiva dos alemães. O que considero de mais fascinante nesse filme é que pelo menos 90% de sua longa duração (são três horas e meia na sua versão em DVD) se passa no espaço claustrofóbico de um submarino e mesmo assim Petersen consegue lhe dar uma agilidade narrativa impressionante, utilizando com precisão e criatividade o espaço da embarcação, tendo como resultado seqüências sensacionais de aventura e suspense. Aliás, nesse último quesito o cineasta consegue criar climas de tensão altamente angustiantes, quase como se fosse um Hitchcock dos filmes de guerra, principalmente nos momentos da trama em que o submarino entra em pane e chega ao fundo do mar. Fantástico também em “O Barco” é o fato de que Petersen realizou um brilhante trabalho de caracterização de personagens carismáticos e muito bem construídos, com destaque para o heróico e amargo Capitão (Jürgen Procnow) e o jornalista interpretado por Herbert Gronemeyer. Outro aspecto interessante no filme é a abordagem sobre a questão do nazismo. Não há em nenhum momento uma declaração expressa de algum personagem criticando o regime, mas a visão ácida sobre o regime nazista pode ser percebida de forma sutil no tom desiludido de alguns diálogos e na própria ambientação quando a trama se passa em terra firme na Alemanha, onde impera um clima de decadência e desesperança, o que acaba tendo um tom muito mais contundente do que obras como “A Queda”.

Um comentário:

Anônimo disse...

Eu vi o filme e considero um dos melhores filmes de guerra. Pena o final que eu não vou contar para voc~es.