segunda-feira, outubro 22, 2012

Tudo que eu amo, de Jacek Borcuch ***


Uma obra mostrando fatos típicos no amadurecimento de um adolescente, como as primeiras experiências sexuais e desilusões, não chega a ser uma novidade no cinema. O que acaba fazendo com que uma obra como “Tudo que eu amo” (2009) seja cativante e desperte o interesse das platéias é o estilo sereno da direção de Jacek Borcuch e alguns detalhes particulares do contexto histórico em que a trama de desenvolve. Focalizando um jovem vocalista de banda punk na Polônia em 1981, marcado pelo auge das divergências entre o governo comunista e o movimento do sindicato solidariedade, o filme estabelece uma forte relação intrínseca entre o intimismo da vida pessoal de seu protagonista com o conturbado momento político e social de seu país. A narrativa tem uma dinâmica que oscila entre a melancolia, a tensão e o vigoroso. Nesse último quesito, são antológicos os números musicais, tanto pela qualidade das canções quanto pelo tom frenético das apresentações (altamente educativas para fãs de bandinhas emo brasileiras saberem o que é punk rock).