A temática de “Rebobine isso!” (2013) é bastante curiosa: a
trajetória histórica do VHS. Em meio a tantas notícias atuais envolvendo novas
tecnologias para ver filme, tal assunto, em um primeiro momento, pode beirar o
anacronismo. Isso sem contar que em termos formais o documentário em questão
deixa a desejar: não há praticamente ousadias estéticas e por vezes a produção
se perde como narrativa, enfatizando longos depoimentos de alguns entrevistados
que beiram o desinteressante. A obra, entretanto, acaba gerando empatia por
alguns detalhes bastante particulares. Primeiramente por uma questão nostálgica:
vários cinéfilos na faixa dos 30 a 40 anos (inclusive este que vos escreve)
desenvolveram o seu gosto por filmes através de várias sessões com fitas VSH na
sua juventude. Tal formato também se vinculou a determinados gêneros de filmes,
como produções baratas e/ou obscuras de ficção científica, horror, fantasia, ação
e até artes marciais. Assim, é inegável que uma certa aura de magia envolva as
recordações sobre o período em que as fitas estiveram no auge de uso e
popularidade. Nesse sentido, “Rebobine isso!” consegue estabelecer um
interessante painel de fãs e profissionais do cinema que tiveram uma ligação
muito forte com o mercado dos VHS. Além disso, o documentário extrapola o mero
interesse sentimental sobre o assunto, conseguindo contextualizar a importância
da tecnologia junto à própria indústria do cinema da época, bem como estabelece
a comparação entre a decadência e fim inexoráveis do VHS com os atuais preceitos
comerciais e administrativos da referida indústria. No final das contas, ao
falar sobre um passado nem tão distante, “Robobine isso!” se torna bastante
emblemático dos tempos atuais.
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