quarta-feira, dezembro 11, 2013

Diana, de Oliver Hirschbiegel *


O diretor alemão Oliver Hirschbiegel parece ter um gosto especial para filmes de caráter histórico. Se em “A queda – As últimas horas de Hitler” (2004) ele enveredava por um marcante registro objetivo e seco, em “Diana” (2013) utiliza uma abordagem sentimental e exagerada e acaba caindo numa comicidade involuntária. Sua encenação é artificiosa e sem convicção, fazendo o filme parecer um verdadeiro novelão mexicano, assim como a sutileza parece ter passado longe da produção (sério, mas cada vez que Diana aparece todos os que estão em cena ficam com a cara aparvalhada, como se estivessem vendo uma aparição). Por mais que o roteiro seja baseado em fatos reais, a caracterização de situações e personagens é caricatural. O drama da protagonista é mostrado como um melancólico conto de fadas, em que Diana (Naomi Watts) é a pobre e boa mocinha plebéia que foi enredada nas intrigas de um mundo insensível, não havendo espaço para se explorar as contradições da figura da princesa. E a essa altura do campeonato não dá para levar a sério uma obra cujo mote principal da trama é tratar de uma história de amor “impossível” em pleno século XX cuja motivação chega a ser risível: o amado da protagonista é um médico paquistanês (Naveen Andrews) culto, bem sucedido e cosmopolita que não pode namorá-la porque a família dele não consente na união. E tudo isso embalado por um tratamento formal estilo “cartão postal”. É claro que essa abordagem pode garantir a simpatia e as lágrimas de algumas respeitáveis senhoras, mas também torna “Diana” uma produção medíocre como arte e equivocada e simplória como registro humano e histórico de sua personagem principal.

Um comentário:

Marcelo Castro Moraes disse...

Com certeza ele fez dessa forma para agradar os ingleses que veneravam ela.