segunda-feira, agosto 04, 2014

Transformers 4: A era da extinção, de Michael Bay **


Quando o primeiro filme da franquia “Transformers” foi lançado em 2007, despertou um forte entusiasmo com a forma com que o diretor Michael Bay conduzia as coisas. A produção tinha aquele pique de aventura alucinada dos anos 80 (o nome de Steven Spielberg nos créditos não era gratuito) aliada a efeitos especiais bastantes funcionais para a porradaria geral entre autobots e decepticons. Mesmo Bay, um diretor dado a exageros de câmeras tremendo sem parar e edição estilo vídeo-clip, se apresentava mais contido, respeitando ainda a mitologia dos personagens que havia se estabelecido no universo das animações televisivas. Assim, era lógico que se criasse uma boa expectativa para as partes seguintes da franquia. Ocorre que nenhuma das continuações se apresentou perto do nível alto do primeiro filme. “Transformers 4: A era da extinção” (2014) padece dos principais problemas que já afetavam as continuações anteriores. Bay opta por uma narrativa sombria, como se quisesse dar um ar de seriedade legitimadora para o escapismo descerebrado típico da série, mas a realidade é que essa pretensa abordagem mais “pessimista” cai em excessos de soluções formais e temáticas formulaicas. Ou seja: nos dois terços iniciais do filme se vê autobots escondidos e em escasso número sendo perseguidos e detonados por seus inimigos, para que no terço final venha a sua redenção a base de pancadaria e lições edificantes de humanismo. As seqüências de ação por vezes são divertidas, mas não trazem aquela clareza gráfica do primeiro filme – tudo é meio embolado e apelando para cenas climáticas de forma constante. Na verdade, os transformers aparecem bem menos que nas produções anteriores, dando-se uma atenção exagerada para os draminhas insípidos dos personagens humanos. E talvez esse seja o problema central de “A era da extinção”: uma falta de foco, em que em um cansativo filme com quase três horas de duração o espectador fica com a sensação de que personagens e situações foram mal caracterizadas.

Nenhum comentário: