sexta-feira, novembro 17, 2006

Top Gun, de Tony Scott ***1/2

Essa produção norte-americana de 1986 acabou ficando estigmatizada por uma série de acusações: seria apenas um veículo para o estrelismo de Tom Cruise, a música datada repleta de canções bregas dos anos 80, a edição em ritmo de video-clip, etc. Uma revisão mais cuidadosa de “Top Gun”, entretanto, faz constatar que boa parte desses argumentos é pura bobagem.

Para começar, talvez essa seja um dos filmes de Tony Scott em que o mesmo está mais controlado na sua propensão para cortes rápidos. Isso acaba valorizando ainda mais as belas tomadas áreas e realçando o ótimo trabalho de fotografia. Apesar de realmente ter uma certa estética clipeira em alguns momentos, a montagem de “Top Gun” também é um dos seus trunfos, dando ao filme um ritmo preciso, indo de seqüências de ação intensas (principalmente aquelas que envolvem batalhas aéreas) e chegando até a cenas quase contemplativas.
Ainda sobre a edição de “Top Gun”, é exemplar a forma como a música é utilizada em algumas seqüências. Talvez separada das imagens, boa parte dos temas incidentais e canções presentes no filme fiquem frágeis ou até mesmo xaropes (inclusive a conhecida “Take My Breathe Away”). Dentro do contexto do filme, entretanto, essa trilha sonora faz todo o sentido, dando para “Top Gun” uma dimensão épica e romântica memorável

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