quarta-feira, outubro 31, 2007

Aurora, de Friedrich Wilhelm Murnau ****



Sei que geralmente clichês são meio chatos, mas é que às vezes os mesmos acabam sendo inevitáveis. Bem, essa desculpa é apenas para dizer que “Aurora”, monumental obra-prima de F.W. Murnau, é uma daquelas raras produções cinematográficas que não envelheceram com o passar dos anos. Até mesmo o fato de ser um filme mudo parece funcionar a seu favor, pois Murnau aprofunda ainda mais o seu acurado trabalho de fotografia e edição para obter uma narrativa que é quase que puramente visual. Para o genial diretor alemão, os diálogos eram praticamente dispensáveis nas suas narrativas, e “Aurora” é uma das maiores provas disso. É de se destacar ainda que mesmo com o fato de “Aurora” ser uma produção norte-americana, pode-se sentir em cada momento do filme a forte herança expressionista que Murnau trouxe da Alemanha, o que colabora para dar ao um filme uma encantadora atmosfera onírica. É impressionante também a brilhante utilização de efeitos especiais: por mais primitivas que tais trucagens possam parecer diante dos modernos efeitos digitais atuais, a verdade é que as mesmas mantêm intacto o seu impacto visual, com os seus jogos de sobreposições de imagens obtendo um resultado impressionante para quem assiste ao filme.

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