segunda-feira, junho 07, 2010

A Dança dos Vampiros, de Roman Polanski ****


O que Roman Polanski estabelece em “A Dança dos Vampiros” (1967) não é simplesmente uma paródia aos filmes de vampiro. Ele traz todos aqueles elementos característicos das obras clássicas do gênero e compõe uma narrativa que na sua essência é um puro conto de horror, mas recheado de toques picarescos. A trama sempre oscila entre o assustador e o ridículo, como se fosse uma velha lenda contada em tom de troça. A encenação proposta por Polanski é bastante ousada, indo de pequenos truques típicos do cinema mudo (como a velocidade acelerada das imagens) até um despudorado uso de erotismo (a valorização voluptuosa da beleza de Sharon, a homossexualidade escancarada de um dos principais vampiros) em clara alusão ao espírito do amor livre tão propagado na década de 1960. Tanto em termos formais quanto temáticos, “A Dança dos Vampiros” se aproxima bastante do espírito naturalista e malicioso das adaptações cinematográficas de Pasolini para clássicos da literatura como “Decameron” (1970) ou “As Mil e Uma Noites” (1974).

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