sexta-feira, junho 18, 2010

Mary & Max, de Adam Elliot ***


A técnica de animação em stop motion em “Mary & Max” (2009) dificilmente se encaixa no padrão das mais inovadoras ou rebuscadas. Mesmo assim, ela se revela adequada e expressiva para a trama focada no filme ao trazer em si uma carga que tanto pode remeter a uma fábula quanto a um drama pesado sobre loucura e depressão. Essa mistura de gêneros pode parecer meio esquisita, mas adquire um estranho e coerente sentido com o desenrolar dos eventos. Também é desconcertante ver seres humanos de feições caricaturais e cômicas vivenciarem situações tão cruas e complexas (homossexualismo, alcoolismo, carência afetiva, solidão). É nessa contradição na utilização de recursos dramáticos e formais que reside boa parte do encanto de “Mary & Max”. Baseado em fatos reais, o roteiro não tem como buscar soluções fáceis e lições de vida para os seus personagens e isso nem se mostra necessário. Mesmo derrapando no sentimentalismo em algumas seqüências, “Mary & Max” é uma produção mais do que contundente.

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