quarta-feira, janeiro 12, 2011

Entrando Numa Fria Ainda Maior Com a Família, de Paul Weitz **1/2


A explicação do bode de boa parte de crítica e público com “Entrando Numa Fria Maior Ainda Com a Família” (2010) pode ser encontrada em alguns aspectos. Um deles claramente viria da decepção daqueles cinéfilos ao constatarem como um trio de atores experientes como Robert De Niro, Dustin Hoffman e Harvey Keitel (imagina o que seria esses três em alguma produção típica dos anos 70) pode ser tão sub-aproveitado (Keitel, inclusive, tem um papel que beira o nível figurante). Há também a questão de ser irritante ver que o terceiro filme da franquia reprisa sem cerimônia a estrutura da trama dos dois filmes anteriores. Apesar destes problemas, é inegável que o diretor Paul Weitz conseguiu criar uma obra razoável em termos cômicos. Mesmo com tantos medalhões em cena, a produção não se constrange em abusar de recursos de comédia grosseira e levemente escatológica, com direito a cenas envolvendo vômitos, violência, maltratos infantis e piadas sexuais, mas também preserva uma certa ironia sutil na sua visão sobre os valores tradicionais pequeno-burgueses. É claro também que as referências e citações a filmes emblemáticos como “O Poderoso Chefão” e “Tubarão” podem soar óbvias (olha aí o cinema setentista de novo mencionado), mas não deixam de ser um recurso estético eficiente.

2 comentários:

pseudo-autor disse...

Perto do que foram os dois primeiros, esse é um mero caça-níqueis! O que é uma pena, levando-se em consideração o trio de atores citado em seu texto.

Cultura na web:
http://culturaexmachina.blogspot.com

André Kleinert disse...

Bem, não discordo que seja um caça-níquel, mas pelo menos é uma picaretagem bem dirigida (estou ainda traumatizado com "Machete"...).